“Igreja” é a tradução de uma palavra grega (ekklesia) que ocorre 115 vezes no Novo
Testamento, cujo significado básico é “assembléia”, “congregação”, ou
“ajuntamento ou reunião de pessoas”. É derivada da preposição ek,
“que indica origem (o ponto de onde uma ação ou movimento procede)”, e kaleo,
que quer dizer “chamado, convocado” [veja Nota 1]. Significa, portanto, “chamados
para fora”, ou “separados”; indica um grupo de pessoas que está reunida porque
foi convocada, porque alguém os chamou para aquela reunião. Palavras sinônimas
seriam “assembléia” ou “congregação”.
É semelhante à palavra grega sunagoge (“sinagoga”), que também indica uma
assembléia ou ajuntamento de pessoas, porém, como diz Thayer,
“ekklesia é uma palavra mais limitada …
incluindo apenas aqueles que foram especialmente chamados a sair de uma
companhia maior para algum propósito. Ekklesia normalmente indica um grupo mais
selecionado do que sunagoge.”
É bom destacar, antes de mais nada, que esta palavra não tinha,
nos tempos do NT, a menor conotação religiosa. Hoje nós imediatamente
associamos “igreja” com religião, mas isto não é correto. Em At 7:38, por
exemplo, Estevão afirma que Moisés esteve “entre a congregação [ekklesia] no
deserto” — o povo de Israel, reunido no deserto, é chamado de “igreja”. Em At
19:32, 39 e 41, lemos de um agrupamento de pessoas em Éfeso, inimigos do
Evangelho, que procuravam perseguir Paulo e seus companheiros. E o Espírito
Santo chama aquele ajuntamento de pessoas de uma “igreja” (ou “assembléia” — no
original, usa-se a mesma palavra grega ekklesia).
Na
sua forma original, portanto, a palavra “igreja” simplesmente quer dizer “uma
reunião de pessoas convocadas”. Não importa a finalidade, não importa a
quantidade de pessoas, não importa o local onde reúnem-se; se há um grupo de
pessoas reunidas, ali há uma “igreja” no sentido normal da palavra.
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