O milagre Eucarístico de Lanciano na Itália
comprova a autenticidade da Igreja Católica Apostólica Romana.
Há aproximadamente treze séculos, um padre que duvidava que a hóstia consagrada
é verdadeiramente o Corpo de Cristo, enquanto recitava a fórmula de consagração
da eucaristia durante a missa, a hóstia milagrosamente converteu-se em carne e
o vinho converteu-se em sangue.
Uma comissão de estudos de 1971 presidida pelo professor Dr. Odoardo Linoli da
Universidade de Sena constatou que a carne e o sangue contém glóbulos vermelhos
e brancos ainda vivos; a carne e o sangue são do mesmo grupo sanguíneo, isto
AB, muito comum entre os judeus, e constatou que é o mesmo sangue do Santo
Sudário. Após este estudo não restou mais dúvida, a carne e o sangue
conservados ainda hoje na cidade de Lanciano, são verdadeiramente Carne e
Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Nossos sacrários mantêm entre nós a realidade da Encarnação: "O
Verbo se fez carne e habitou entre nós..."
E habita ainda verdadeiramente presente entre nós, não somente de uma maneira
espiritual, mas com seu próprio Corpo – "Ave verum corpus, natum de Maria
Virgine" canta a Igreja diante do SS. Sacramento: "Salve verdadeiro
corpo, nascido da Virgem Maria, corpo que sofreu verdadeiramente e foi
verdadeiramente imolado pela salvação dos homens".
Esta presença real da carne de Cristo (é uma carne viva, unida à alma e a
divindade do Verbo, pois Jesus esta hoje ressuscitado) é admiravelmente manifestada
pelo milagre de Lanciano. Um milagre que dura 12 séculos e que a ciência acaba
de examinar, e diante do qual, ela teve que se inclinar.
Sim, um milagre, e bem destinado ao nosso tempo de incredulidade. Pois, como
diz São Paulo, os milagres são feitos não para aqueles que crêem, mas para os
que não crêem.
Ora, hoje em dia, um certo número de cristãos da Presença Real, mesmo
depois que o Papa Paulo VI, no documento " Mysterium Fidei",
recordou-lhes claramente este dogma. Querem admitir, a exemplo dos
protestantes, apenas um presença espiritual do Cristo na alma daquele que
comunga; mas os sinais sacramentais do pão e do vinho consagrados seriam puros
símbolos, tal como a água do batismo, que não é e não permanece senão simples
água, ainda que significando e realizando pela palavra que a acompanha – a
purificação da alma.
Depois da comunhão, as hóstias que não houvessem sido consumidas, dizem eles,
não seriam mais, nesse caso, senão pão, podendo ser atiradas fora como coisas
profanas... A própria discrição com que, em certas igrejas, cercam o sacrário,
já manifesta esta falta de fé profunda na presença real, e portanto, na palavra
onipotente do Cristo: "Isto é meu Corpo! Isto é meu sangue!"
Eis porque Deus permitiu para todos que duvidam da presença eucarística do
Cristo ou que a negam, que um milagre, que dura há mais de 12 séculos, fosse
nos últimos anos, posto em evidência e verificado pela própria ciência.
Por minha parte, eu ouvira falar do milagre de Lanciano, mas o fato me
havia parecido tão forte, que desejei tomar conhecimento dele e julgá-lo por
mim mesmo no próprio local. A pequena cidade Italiana de Lanciano nos Abrozzes
encontra-se a 4 km da estrada de rodagem Pescara-Bari, que contorna o
Adriático, um pouco ao sul da Pescara e de Chies.
Em uma igrejinha desta cidade, igreja dedicada a S. Legoziano ( que se
identifica com S. Longiano, o soldado que transpassou o coração de Cristo com a
lança na cruz), no VIII século, um monge basiliano durante a celebração da
Missa, depois de ter realizado a dupla consagração do pão e do vinho, começou a
duvidar da presença na hóstia e no cálice, do Corpo e do Sangue do Salvador.
Foi então que se realizou o milagre: diante dos olhos do Padre, a hóstia se
tornou um pedaço de carne viva; e no cálice o vinho consagrado torna-se
verdadeiro sangue, coagulando-se em cinco pedrinhas irregulares de formas e
tamanhos diferentes.
Conservaram se esta carne e este sangue milagrosos, e no correr dos séculos
várias pesquisas eclesiásticas foram realizadas.
Quiseram, em nossos dias, verificar a autenticidade do milagre, e 18 de
novembro de 1970, os Frades Menores Conventuais que têm a seu cuidado a igreja
do Milagre decidiram, com a autorização de Roma, a confiar a um grupo de
peritos a análise científica daquelas relíquias, datadas de doze séculos.As
pesquisas foram feitas em laboratório, com estrito rigor, pelos professores
Linoli e Bertelli, este último da Universidade de Siena. A 4 de março de 1971,
estes cientistas davam suas conclusões, que em inúmeras revistas de ciência, do
mundo inteiro divulgaram em seguida.
Ei-las:
"A Carne é verdadeiramente carne. O Sangue é verdadeiro sangue. Um e outro
são carne e sangue humanos. A carne e o sangue são do mesmo grupo sangüíneo
(AB). A carne e o sangue são de uma pessoa VIVA. O diagrama deste sangue
corresponde a de um sangue humano que tenha sido retirado de um corpo humano
NAQUELE DIA MESMO. A Carne é constituída de tecido muscular do CORAÇÃO
(miocárdio). A conservação destas relíquias, deixadas em estado natural durante
séculos e expostas à ação de agentes físicos, atmosféricos e biológicos,
permanece um fenômeno extraordinário".Fica-se estupefato diante de tais conclusões, que
manifestam de maneira evidente e precisa a autenticidade deste milagre
eucarístico. Antes mesmo de as darem a conhecer de modo oficial, os peritos, no
fim de sua analises, enviaram aos Padres Franciscanos de Lanciano o seguinte
telegrama: " Et Verbum caro factum est" (E "o Verbo se fez
carne.") Telegrama este, que é um ato de fé.
Outro detalhe inexplicável: pesando-se as pedrinhas de sangue coagulado (e
todos são de tamanhos diferentes) cada uma delas tem exatamente o mesmo peso
das cinco pedrinhas juntas! Deus parece brincar com o peso normal dos objetos.
Inútil dizer-vos que nesta igreja, celebrei a Missa votiva do Santíssimo
Sacramento com uma fé renovada: o senhor, por meio de tal milagre vem,
verdadeiramente, em socorro de nossas incredulidades.
E depois que foram conhecidas as conclusões dessa pesquisa científica, os
peregrino vem de toda a parte venerar a Hóstia que se tornou carne e o vinho
consagrado, que se tornou sangue.
Quanto a mim dois fatores me espantam. O primeiro é que se trata de carne e
sangue de uma pessoa VIVA, vivendo atualmente, pois que esse sangue é o mesmo
que tivesse sido retirado, naquele dia mesmo, de um ser vivo!
É bem uma prova direta de que Jesus Cristo ressuscitou verdadeiramente, que a
Eucaristia é o Corpo e o Sangue de Cristo glorioso, assentado a direita do Pai
e que, tendo saído do túmulo na manhã da Páscoa, não pode mais morrer. Tantas
tolices tem sido ditas, nesses últimos anos, contra a ressurreição do Cristo!
Algum, desejariam, com emprenho que essa ressurreição não fosse senão um
símbolo, elaborado como que um mito pela piedade muito ardente dos primeiros
cristãos!...Ora, eis eu a ciência vem de certo modo, em nosso socorro. Foi
verdadeiramente na carne que o Cristo morreu e foi verdadeiramente também na
carne, que Jesus ressuscitou no terceiro dia. E a mesma Carne –verdadeira carne
nos é dada vida na Eucaristia, para que possamos viver da vida de Cristo! Não é
a carne de um distante cadáver, mas uma carne animada e gloriosa. Portanto,
vendo a Hóstia consagrada, posso dizer como o Apóstolo Tomé, oito dias depois
da Páscoa quando colocou os dedos nas chagas de Cristo " Meu Senhos e meus
Deus" é bem a carne viva do Deus vivo!"
Um segundo fato impressiona-me ainda mais: a Carne que lá esta é a carne do
Coração. Não a carne de qualquer parte do Corpo adorável de Jesus, mas a do
músculo que propulsiona o Sangue – e por tanto a vida – ao corpo inteiro, do
músculo que é também o símbolo mais manifesto e o mais eloqüente do amor do
Salvador por nós. Quando Jesus se entrega a nós na Eucaristia, é
verdadeiramente seu próprio Coração que ele nos da a comer, é ao seu amor que
nós comungamos, um amor manso e humilde como esse Coração mesmo, um amor
poderoso e forte mais que a morte, e que é o antídoto dos fermentos de morte
física e espiritual que carregamos em nossa "carne de pecado".
A Eucaristia é, na verdade, o dom por excelência do Coração de Jesus. S. João
nos diz no começo do capítulo XIII de seu Evangelho, antes de nos falar do
preparativos da ultima Ceia de Jesus: "Tendo amado os seus que estavam no
mundo. Ele os amou ate o fim". Não tanto querendo significar: ate o fim de
sua vida terrestre, mas ate os últimos excessos de onde poderia chegar a
ternura de um Deus feito homem, do Amor infinito, tornando carne: Meu Coração é
tão apaixonado de amor pelos homens" dira um dia o Cristo em
Parayle-Monial, revelando seu Coração a Santa Margarida Maria. Uma paixão que o
conduzi a cruz, que torna hoje presente sobre nossos altares em nossos
sacrários e ate em nossos corações. Esta declarado em nosso Credo que Jesus,
depois de sua morte, desceu aos infernos". Ressuscitado vivo, ele ai desce
ainda hoje: ele vem à lama de nossos corações para arranca-los dessa lama. Ele
vem a esses lugares de morte eterna. Ele vem em nossos corações, nos quais
entrou o pecado – arrancar-nos da morte eterna e fazer-nos viver de sua vida
divina. Seu Coração imaginou tudo isso, para testemunhar-nos – e de maneira
singularmente eficaz – seu afeto se limites. Guardemos isto, em todo o caso: na
Eucaristia eu recebo o Cristo todo inteiro, mas é verdadeiramente que se da e
que eu como.
Não tínhamos também nós, necessidade de revigorar a nossa fé na Eucaristia? E
não foi sem razão que Deus permitiu que o milagre de Lanciano, antigo de 12
séculos e sempre atual, nos fosse apresentado hoje pela própria ciência, por
esta ciência que alguns queriam colocar em oposição com a fé ou que a pudesse
substituir.
Fiz questão de comunicar-vos as reflexões que me inspirou o conhecimento deste
milagre, e a emoção profunda que ele produziu em minha alma. Agora que me
aproximo do SS. Sacramento com renovado respeito à ação de graças, adoração,
amor renovados. E não duvido que vos tendo comunicado o que eu mesmo descobri
em Lanciano, não tenhas também vós, diante da divina Eucaristia um sentimento
mais vivo da presença do Verbo feito Carne que vem habitar em nós, o Cristo
ressuscitado, que nos ama com uma ternura infinita entretanto humana.
Jesus o prometeu: "Eis que estou convosco até a consumação dos séculos.
Sim, até o fim do mundo. Ele, o Verbo tornado Carne, desce em nossa carne e nos
fez viver de sua vida eterna e gloriosa...
Padre Jean Ladame ( Chenoves 71940 SAINT BOIL, França)
Traduzido da revista "La Revue du Rosaire", dos PP. Dominicanos de
Saint-Maximin-nºde junho de 1976.